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Exposição sobre a Rússia

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As ruas tem algo que não se costuma encontrar nos livros e no noticiário. Os cheiros, a temperatura, gostos, a forma como se é tratado. Uma certa atmosfera do dia a dia. É o acúmulo de sensações que determina a impressão que se tem de um lugar.

De 05 de setembro a 05 de outubro, vou expor na Galeria Tripé, na Casa Tri, em São Paulo, um ensaio fotográfico formado por doze imagens que apresentam a minha visão sobre alguns traços do caráter russo, a partir do que vi em duas de suas principais cidades, Moscou e São Petersburgo.

Se você gosta de geopolítica, de viagens, ou tem curiosidade sobre a cultura russa, está é uma oportunidade de observar aspectos do cotidiano de um dos países mais relevantes no cenário internacional, mesmo após o fim da Guerra Fria.

E além de visitar a exposição, você pode colaborar com a impressão das fotos e, depois, ter uma cópia ou um original da exposição em casa. Segue o link para a campanha de financiamento coletivo (crowdfunding) que estou lançando hoje. Toda a ajuda com divulgação é muito bem vinda.

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O mapa da fotografia em São Paulo

São Paulo é certamente o melhor lugar do Brasil para se ver exposições de fotografia e, provavelmente, um dos melhores do mundo. Tem dezenas de museus e galerias. Alguns são dedicados exclusivamente ao tema. Outros, ainda que exibam também pinturas, esculturas, vídeos e instalações de arte, mantém uma intensa agenda de exposições, espaços para o debate e o estudo da fotografia.

O Instituto Moreira Salles (IMS), por exemplo, tem uma biblioteca sobre o assunto, um acervo com 2 milhões de imagens e a revista Zum. O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), junto com a Pirelli, construiu, entre 1990 e 2012, uma das mais amplas e diversas coleções de fotografia brasileira. O Museu da Imagem e do Som (MIS) tem, além de exposições, cursos. E há ainda o Instituto Tomie Ohtake, a Caixa Cultural, o Itaú Cultural e a Pinacoteca.

Entre as galerias especializadas, alguns destaques são a Ímã, a DOC e Babel. A Ímã tem obras de cerca de 80 fotógrafos em acervo. São nomes como Walter Firmo, João Bittar e Nair Benedicto. Na DOC é possível ver imagens de jovens talentos, como Victor Dragonetti (Drago), e de fotógrafos documentaristas consagrados, como Mauricio Lima, único brasileiro a vencer o Pulitzer. Já a Babel tem em acervo obras de grandes nomes da fotografia internacional, como Bruno Barbey, Elliott Erwitt, Thomas Hoepker, Steve Mccurry e David LaChapelle.

No mapa abaixo, há cerca de 40 endereços paulistanos nos quais é possível encontrar fotos sobre os mais diversos temas, de fotógrafos nacionais e estrangeiros. Além da localização, clicando sobre os ícones, aparecem o endereço do site, o horário de funcionamento, o telefone e alguns nomes representados ou mantidos em acervo. Mesmo que não haja nenhuma exposição nos grandes museus, sempre dá para apreciar boa fotografia - para todos os gostos -, em São Paulo.

(Caso conheça galerias não incluídas no mapa, é só enviar o nome e o site por e-mail)

A cidade tem mais de 40 espaços nos quais são realizadas exposições, de forma permanente ou esporádica.

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Da fé às pedras - entrevista com José Bassit

José Bassit, ou Zé Bassit, como é mais conhecido o Zé, começou na fotografia pela imprensa. Paulistano, nascido em 1957 e formado em Comunicação Social pela Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM), publicou as primeiras fotos lá por 1985, 1986, quando entrou no Estadão. Passou depois pela Folha de S.Paulo, pela Vejinha, Época e Meio&Mensagem, antes de se lançar como freelancer, em 1998.

Foi nessa época também que embarcou em seu mais conhecido projeto autoral, “Por onde anda a fé”. A ideia era fotografar grandes manifestações religiosas de fé pelo Brasil. E o Zé saiu a viajar pelo Brasil. Esteve em Juazeiro do Norte, Canindé, Barbalha e Sobral, no Ceará. Em São Paulo, passou por Aparecida, Piracicaba, São Luiz do Paraitinga, São Sebastião, Praia Grande, São Bernardo do Campo. Visitou Bom Jesus da Lapa e Santa Brígida, na Bahia. Em Minas Gerais, Ouro Preto e São João Del Rey. Em Goiás, foi a Cidade de Goiás. No Distrito Federal, ao Vale do Amanhecer. No Pará, a Belém.

O esforço deu resultado. Em 2003, o projeto virou o belíssimo livro “Imagens fiéis”, editado pela Cosac&Naify, com 101 imagens. As fotos foram parar também na Coleção Pirelli Masp, uma das mais prestigiadas do país.

Mais recentemente, Zé voltou a botar o pé na estrada. Agora para fotografar pedras. Mas pedras, Zé? Isso mesmo. Iniciado em 2012, o projeto foi batizado “Kepha”, pedra em aramaico. Na entrevista que segue, ele fala um pouco sobre o que o levou a escolher o tema, sobre projetos passados e futuros e sobre assuntos polêmicos na fotografia, como o limite no tratamento de imagens.

Frame35 - Gostaria que você contasse um pouco sobre o projeto novo que está tocando, de fotografar pedras. O que você busca? É a estética, são as formas das pedras? Ou as pedras fotografadas são pedras com histórias relacionadas?

José Bassit - Busco retratar a beleza das pedras em seus diferentes cenários. Suas formas contam a história do tempo. Foram desenhadas através de intempéries de toda sorte: ventos, águas, junções, fendas, ou seja, são mesmo a máxima e contundente expressão do tempo. E isso é o que me instiga.

Frame 35 - De onde surgiu a ideia?

JB - Comecei a pesquisar sobre possibilidades de fotografar a natureza e me encantei com a incrível quantidade e diversidade de formações rochosas passíveis de ser encontradas em tantos recantos brasileiros.

Frame 35 - Há quanto tempo está desenvolvendo o projeto?

JB - Desde janeiro de 2012 venho desenvolvendo “Kepha”, que significa pedra em aramaico. Desde então, já visitei e retratei sete lugares diferentes: Praia de Itaguaçu em Florianópolis, Vale da Lua na Chapada dos Veadeiros, Lajedo do Pai Mateus e Parque Nacional da Pedra da Boca na Paraíba, Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira - Petar em São Paulo, Chapada Diamantina na Bahia e Vale do Catimbáu em Pernambuco.

Frame35 - Tem previsão de término?

JB - Ainda faltam pelo menos seis lugares que gostaria de visitar. No entanto, esse tipo de trabalho pode se estender por muitos anos.

Frame35 - Que equipamento está usando e por quê? (câmera, lente, é filme ou não, etc.)

JB - Uso uma câmera Canon 5D Mark II porque ela me garante a qualidade que espero para grandes ampliações.

Frame 35 - Você tem um longo trabalho sobre fé no Brasil, que resultou no livro “Imagens Fiéis”, publicado pela Cosac & Naify, e que tem fotos também na coleção Pirelli Masp. Deu ele por encerrado? Ou ainda está trabalhando nele?

JB - Jamais darei esse trabalho por encerrado, uma vez que foi um dos que mais me motivou e me fez orgulhoso. Sua continuação será feita com manifestações religiosas fora do Brasil.

Frame35 - Zé, você também tem um projeto que é o de fotografar barbearias tradicionais de São Paulo. Chegou a fazer uma exposição e queria publicar. Como está agora?

JB - Tenho material suficiente e muito interessante para fazer um livro. No entanto, a dificuldade está em conseguir autorização do uso de imagem. Muitos dos retratados já faleceram ou se mudaram...

Frame 35 - Em que outras ideias têm trabalhado?

JB - Em um projeto chamado Iemanjá, Senhora das Águas, sobre as manifestações religiosas afro-brasileiras.

Frame35 - Como vê a nova geração de fotógrafos que está surgindo no Brasil? Acompanha o trabalho de coletivos como o Selva SP e outros?

FB - A nova geração tem “fome de bola”. E o fotojornalismo está na veia dessa galera, principalmente no Selva SP. Gosto disso.

Frame 35 - Tem acompanhado a cobertura fotográfica dos protestos desde meados do ano passado? O que acha dela?

JB - Sim. Acho que tem muita coisa boa, de alto nível, feita por gente competente e acima de tudo, corajosa!

Frame35 - O trabalho de que fotógrafos brasileiros e gringos te chama mais a atenção hoje? Por quê?

JB – Dos brasileiros, gosto muito do Christian Cravo e do Julio Bittencourt que fazem fotojornalismo e fotografia documental com senso estético altamente apurado. Entre os gringos, me encanta o trabalho da Cristina Garcia Rodero na Magnun. Ela é fantástica.

Frame 35 - Existe hoje uma grande discussão a respeito dos limites do uso da tecnologia de tratamento de imagem na fotografia e, em especial, no fotojornalismo. Como vê esse debate? Para você, qual é esse limite?

JB - O limite em qualquer tipo de fotografia está entre manipulação e tratamento de imagem. O tratamento existe para acertar pequenos detalhes e isso era feito inclusive com filmes. Manipulação descaracteriza o fotojornalismo, na minha opinião.

Frame 35 - Assim como o jornalismo, a fotografia passa por um período de crise. O preço pago por fotos no mercado está bastante baixo, de modo geral. Como vê o futuro da profissão?

JB - Creio que ter fotos em agências é uma opção interessante – uma forma de ter seu trabalho “fora das gavetas”, exposto o ano todo.

Frame 35 - Que dica daria para quem está começando na profissão?

JB - Fotografe bastante, faça todos os cursos que puder, pesquise muito os sites de bons fotógrafos, apure o olhar.

Frame35 - De modo geral, no dia a dia, que equipamento usa?

JB - Minha inseparável Canon 5D Mark II.

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